quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Sobre Ciclovias em Salvador

Ando no bagaço, tendo aula das 7h da manhã às 7h da noite, mas vou fazer um comentariozinho, meio que respondendo ao post do Derecoso, sobre ciclovias.

Aqui em Salvador o trânsito é caótico. Pedestres, carros, motos e bikes dividem, lutam e se matam pelo mesmo espaço. ninguém respeita ninguém e todo mundo acaba se odiando.

Os carros estacionam em cima da calçada, o que faz o pedestre andar (e se acostumar a andar) no meio da rua; nós, bikes, que devíamos ter aquele cantinho de pista pra andar a disputamos com o pedestre que, mesmo sem motivo, anda no meio da rua por má-educação e (mal) costume; e entre pedestres, bikes e motos, os carros andam botando pra fuder em cima de todo mundo.

Outro dia fui a uma praia mais "longe" do centro e vi uma ciclovia. Mas é tão ridículo ter uma ciclovia, ao lado de uma pista de cooper, no mesmo nível da calçada onde crianças, idosos e adultos, embasbacados com o mar, com o sol, com o domingo, com o dia de folga, com o que quer que seja, atravessam de um lado pro outro, entram e saem de ônibus, carros, carroças...
Enfim... Isso realmente não é uma ciclovia...

O Brasil é um país muito pobre em ciclovias. A bicicleta não é considerada um meio de transporte real. Só vejo mesmo o uso costumeiro de bikes em cidades do interior, onde magrelas, cavalos, carros e carroças se entendem e fazem o trânsito funcionar numa nice, num outro ritmo de vida. Por aqui (nas cidades "grandes") as pessoas julgam não ter "tempo" pra bicicletar.
Eu particularmente gasto menos tempo indo de bike pra aula do que de marinete. Mas cada um com suas distâncias e problemas, né??

Será que não existe um movimento pró-ciclovias??
Um listão? Um abaixo "assassinado"? Uma coisa qualquer que nos dê algum tipo de voz?
Os bicicleteiros excluídos ou qualquer coisa do tipo?
Ou será que tem que morrer um ciclista por dia (como em SP morre um motociclista por dia) pra eles nos darem mais espaço?

Enquanto estamos vivos, não assinamos listas, não somos ouvidos, não somos atendidos e ainda gostamos de pedalar, vamos nessa senão o pneu perde a calibragem!

Saudades de pedalar nas montanhas,
Milena.

3 comentários:

canhoto disse...

O caos das grandes cidades tá longe de apresentar soluções enquanto o minério estiver sobrando por aí. Ou ao menos enquanto os lobistas da indústria automobilística permanecerem comprando as nossas leis e atos governamentais sem reclamar.

O jeito é começar a atropelar os pedestres pra eles pensarem um pouco. (hehehe)

PJ disse...

Também sou meio cético quanto às intenções eleitoreiras, mas sinto cheiro de fumaça no ar e espero que isso se traduza numa mundança no comportamento de nossos políticos em relação à cidade.

Vocês sabiam que tramita na Câmara Municipal desde outubro de 2007 um projeto que institui e regulamenta o sistema cicloviário para Salvador.

Foi publicado em 16/02/2008 uma nota no Correio da Bahia sobre a notificação das barracas existentes no trecho entre o Largo das Baianas (Amaralina) e o demolido Clube Português (Pituba) para o alargamento do calçamento e a construção da continuidade da ciclovia Corsário-Jardim de Alá.

Acho o momento bem propício para que a sociedade (organizada ou não) se manifeste sobre o desejo de ver mais ciclovias implantadas e integradas com outros meios de transporte.

Ao invés de atropelar os pedestres, devíamos "atropelar" as caixas de e-mail dos vereadores e prefeitos com mensagens exigindo que os desejos da população fossem observados, afinal somos nós que elegemos eles para nos representar.

Anônimo disse...

Bicicleta é o que há

o melhor transporte, o mais democrático possível

não agride o ambiente, econômico, e saudável, porque então as bicicletas não tem vez?

devemos nos unir e protestar a favor das bikes e das ciclovias, claro!