terça-feira, 16 de novembro de 2010
Salvador se inserindo na luta!
sábado, 5 de junho de 2010
Indústria Automobilística e o conceito de Mobilidade Sustentável
A empresa tem se referido a ela como a obra de arte da mobilidade. A VW Bike não tem pedais, é dobrável, freio a disco nas duas rodas e funciona a bateria que pode ser recarregada no próprio carro, em corrente contínua ou numa tomada AC Comum. foi concebida para se encaixar perfeitamente no compartimento do pneu estepe da carro. O Conceito de mobilidade deste equipamento é para que a bicicleta seja um complemento do carro. Assim, o motorista poderia deixar o carro num estacionamento fora dos grandes centros congestionados e trafegar em zonas com tráfego elevado com sua bicicleta elétrica.
Leia mais em: http://mobilidadesustentavel.blog.uol.com.br/
sábado, 13 de março de 2010
Pedalada Pelada
A World Naked Bike Ride é um protesto pacífico que acontece em dezenas de cidades do mundo. Seu principal objetivo é defender a inclusão do uso de bicicletas nas políticas de transportes da cidade, além de denunciar a poluição causada pelos automóveis e o aumento do número de mortes no trânsito na capital.
Leia mais em: http://noticias.uol.com.br/cotidiano/2010/03/13/policia-reprime-ciclistas-durante-ato-da-pedalada-pelada-quatro-sao-detidos.jhtm
segunda-feira, 6 de julho de 2009
Amém, automóvel*
Da praça fez-se a rua. Da calçada, o estacionamento. Louvemos ao Deus Carro pela desgraça alcançada.O espaço público é nosso altar cotidiano de sacrifícios. Oferecemos quatro vidas por dia em colisões e atropelamentos. Outras oito são entregues através de doenças respiratórias, problemas no coração, câncer e outros tipos de mortes lentas.
Também oferecemos o sacrifício diário dos que seguem vivos: penitentes castigados com muitas horas de trânsito, baixa qualidade de vida, péssimo acesso à cidade e ao espaço público.
Castigamos os infiéis (ou inferiores) com a degradação brutal do transporte público, com as calçadas-minadas, esburacadas, inexistentes ou ocupadas por nossas máquinas sagradas. Castigamos os rebeldes privando-lhes de ciclovias, ciclofaixas, semáforos de pedestres, respeito e transporte público durante a noite.
Oferecemos nossas riquezas para tratar feridos e enterrar os mortos. Gastamos o dinheiro de todos para beneficiar alguns: recapeamos e asfaltamos ruas, construímos viadutos, pontes e avenidas.
O Deus Carro é guloso por espaço; estimula luxúria, vaidade, avareza e orgulho através dos estímulos de consumo instantaneamente renovados pela máquina da propaganda; gera preguiça e ira em quem dirige e transforma toda a cidade em um verdadeiro inferno para vender o único Céu possível: o Sagrado Coração de metal, plástico e vidro.
Tanto no Céu, quanto na Terra. Poluímos o ar e derretemos o planeta. Destruimos bairros e comunidades inteiras para acomodar o fluxo e o estacionamento de um número cada vez mais insano de veículos. A cidade espalhada, segregada e agressiva é o território fértil para a manutenção da nossa fé. Acreditamos no medo, evitamos a convivência, odiamos aquele que se coloca à nossa frente como obstáculo para a velocidade vendida no comercial de tevê.
O Deus Carro e sua parceira Especulação espalharam a cidade, criaram imensos vazios urbanos, condomínios fechados e shoppings centers, tudo com amplo estacionamento ou manobrista no local. A rua é de ninguém, espaço poluído e abandonado que serve apenas para circularmos com nossa fé sobre quatro rodas. Amém, automóvel!
Texto de autoria desconhecida que circulou pela lista da CONEEG-BRASIL (Confederaçao Nacional de Entidades Estudantis de Geografia do Brasil).
quinta-feira, 30 de abril de 2009
[BH] Bicicletas, batucada, cantoria e batman na Bicicletada
Por Nerak Toile
Seguindo a Av. dos Andradas em direção ao hipermercado da região hospitalar... empurra na subida cantando com o último fôlego! Em frente aos hospitais, quem faz silêncio e transita no trânsito constante comenta que os carros deveriam ser proibidos pelo menos ali por causa do barulho que fazem.
Depois disso... mais música brega e gritos que são realmente o hino da Bicicletada BH: "Ozo, Ozo, Ozo, de bike é mais gostoso!" - e subimos pra Praça da Liberdade pra tomar água e combinar o resto do percurso juntas - de preferência os lugares com muito trânsito. Aí aconteceu o inesperado. Quem conhece a Praça, conhece o Batbike, um ciclista que turbina sua bicicleta com luzes coloridas, farol, buzina e música dance anos 80. Era o que faltava! Duas gerações de música por menos carros nas ruas.
Conversando, com calma seguimos para a Savassi, Contorno, Prof. Morais, Getúlio Vargas e, quando atravessávamos a Av. Afonso Pena um carro começou a nos seguir. "Que estranho. Que viagem é essa?" Tava todo mundo achando engraçado até que uma pessoa foi conversar com o motorista. Acredite: era um ciclista que nos viu andando e morreu de vontade mas não podia, tava meio doente ou coisa do tipo. E, acredite denovo: ele ligou o pisca-alerta e nos seguiu "fazendo a segurança" até o fim do rolê (Haha, contradição ou não, pelo menos tem gente apoiando a idéia.), que seguiu a Contorno, passando pelo Floresta, onde muito felizmente uma música surgiu de um pedalante: "ô motorista, não estressa, a minha vida vale mais que a sua pressa" ...até a Praça da Estação de novo, onde o povo começou a fazer "volta olímpica".
Lá, as pessoas analisaram o rolê dado, as estratégias, umas pinceladas numas polêmicas geradas em listas de discussão desde a última Bicicletada de Aniversário. Pessoas que nunca participaram antes se sentiram livres pra conversar, participar e tirar suas dúvidas sobre o que andaram falando por aí. As mulheres criticaram atitudes ciclistas assediando mulheres nas ruas; outras pessoas propuseram que se mudasse o ponto de encontro para a Praça 7, poucas concordaram com a mudança, mas reforçaram a necessidade de se conversar mais antes de pedalar nas Bicicletadas e em outros dias também. O "Batbike" contou a história de um passeio ciclistico que acontecia em BH nas noites (Zumbi Bike ?) e como e porque ele acabou com intervenção de grupos que causaram desavenças com autoritarismos. Outras pessoas reforçaram a necessidade de andar mais em bloco e não sair cortando no meio dos carros e aproveitar o trânsito parado pra compartilhar as idéias que impulsionam a Massa Crítica. Ah! E no meio de conversas sobre que tipo de tema poderia ser usado no próximo mês, pelo menos algumas pessoas decidiram fazer um pique-nique.
É sempre uma surpresa em cada mês que acontece, e no fim das contas muitas coisas interessantes têm surgido a partir dessas experiências - e tomara que continue assim.
A Bicicletada BH acontece em toda última sexta feira do mês, concentrando às 19h00 e pedalando às 20h00.
www.bicicletada.org tem informações relacionadas e existe uma lista de discussão, pra participar:
https://lists.riseup.net/www/subscribe/bicicletadabh
Algumas fotos:
http://belvino.multiply.com/photos/album/36/Bicicletada-BH_de_Abril
URL:: www.bicicletada.org
domingo, 29 de março de 2009
terça-feira, 24 de março de 2009
(Obs)Cenas
domingo, 22 de março de 2009
A avenida Antônio Carlos está passando pelo já conhecido por nós processo de duplicação de suas vias de circulação. Em breve a avenida será uma "via rápida", um elo de conexão que se pretende eficiente entre o centro e a mais nova área de expansão/acumulação-do-mercado-imobiliário da metrópole belzontina: a Zona Norte - onde se localiza a nova Sede Administrativa do Governo do Estado, o Aeroporto de Confins e onde aparece a cada dia um novo empreendimento imobiliário (condomínios de luxo, centros comerciais, etc.). Os motoristas certamente andam ansiosos pela conclusão da obra, pelas pistas novas em folha que os guiarão até o lugar aonde realizam o dinheiro em suas tediosas jornadas de trabalho. Uma cidade asfáltica, espaço de circulação de mercadorias. A duplicação da avenida traz ares de progresso ao Curral Del Rey. O que poderia afinal ser mais progressista do que mais pistas para mais carros?
Uma nova avenida custa caro - e nem estou falando, nesse caso, dos valores das licitações para as obras. Uma avenida maior e mais rápida exige que moradores sejam inconvenientemente expulsos de suas moradias, pois “enfeiam” o espaço e "atravancam o progresso da cidade" (e pra onde vão? pra periferias tão distantes do centro que condicionam todo o chamado "tempo livre" a viagens intermináveis em ônibus lotados). Mais pistas custam os canteiros centrais e suas árvores, como as da foto (tão-somente lamentadas por cruzinhas de pau). Uma avenida nova, padrão internacional, custa o precioso espaço da cidade - já tão distante de atender às reais necessidades do cidadão - que deixará então de ser espaço público em seu sentido amplo e será destinado à circulação das propriedades particulares dos possuidores de automóveis. Uma via mais rápida de circulação certamente cobrará seu preço com muitas vidas humanas levadas pelos “acidentes” de trânsito. [“Acidentes” que no Brasil são a segunda maior causa de morte, só perdendo para os homicídios. Só em Belo Horizonte, em um único ano (2006), 704 pessoas morreram nestes “acidentes”]. Uma Antônio Carlos duplicada custará muito ainda ao futuro, às gerações vindouras que verão as largas avenidas de hoje serem novamente pequenas para comportar o crescimento econômico (pra quem?) e o "sucesso estrondoso" da indústria automobilística (injustamente alavancadas por incentivos fiscais de políticas imediatistas e descompromissadas com o bem-estar das cidades).
Cabe perguntar (afinal o questionamento leva no mínimo à dúvida e ao incômodo): a quem serve uma duplicação dessas?
sábado, 21 de março de 2009
Bicicletada de Março - 1 ano de Bicicletada em Belo Horizonte!!!
Há um ano atrás eu mandei um email para muitos dos meus conhecidos e amigos convocando para a primeira Bicicletada de BH. Reproduzindo os modelos de Massa Crítica praticados no mundo inteiro (onde uma massa de bicicletas ocupa as vias normalmente monopolizadas por automóveis) vários ciclistas e bicicleteiros começaram e seguiram por 12 meses pedalando todas as últimas sextas-feiras do mês por BH - não só se divertindo e dando novos significados pras ruas (para além de "via de tráfego automotivo" e "local de especulação", entre outros) mas também mostrando que um novo transporte e uma nova mentalidade são possíveis e desejáveis.
Nesses 12 meses vi muita gente aderindo ao uso de bicicleta como meio de transporte, os movimentos e políticas pró-bicicleta crescerem no mundo inteiro, os debates sobre o assunto acontecerem com cada vez mais frequência e urgência e a Bicicletada bombar cada vez mais! Mas infelizmente vi também ciclistas morrerem e serem acidentados no trânsito, a venda de autómoveis aumentar (!!!), os congestionamentos aumentarem na mesma proporção, as avenidas serem duplicadas (para o progresso de quem, afinal?! que eu saiba as classes sociais menos abastadas andam de ônibus e eles não causam consgestionamento!), os favelados serem expulsos de suas casas e as árvores serem cortadas por conta dessas duplicações, vi o clima dar sinais sérios de instabilidade. Inclusive essa semana um casal de idosos morreu em BH, presos dentro de um carro numa enchente. Agora pensem comigo: carros são os grandes emissores de gases que alteram o clima, são os responsáveis pelo asfaltamento e impermeabilização dos solos e nesse caso serviram como uma gaiola que prendeu os idosos - não chamem essas duas mortes de fatalidade! (E eles são números desprezíveis nas estatísticas de mortos e acidentados por automóveis).
A Bicicletada não é um movimento bonitinho, que busca dar uma aura de ecologicamente corretos para seus participantes. A Bicicletada quer chamar a atenção para um problema que atinge a TODOS mas que só alguns poucos são culpados (e muitos a quem envio esse email carregam essa culpa). Se você anda de carro, não se ponha no papel de vítima indefesa incapaz de mudar de situação - construa suas alternativas! É por isso que a Bicicletada existe. Não queremos prêmios, nem elogios, nem matérias rasas e espetaculosas em jornais. Queremos uma cidade mais humana e sensata onde um carro seja visto como é de fato: um desastre ecológico, energético e social.
Vida longa às Bicicletadas!!! Ano que vêm quero ter mais motivos para comemorar.
Bicicletada de aniversário: sexta-feira, dia 27/3 na praça da Estação. Concentração às 19hs.
Grande abraço (a gente se vê nas ruas!)
quarta-feira, 21 de janeiro de 2009
POSIÇÕES SITUACIONISTAS A RESPEITO DO TRANSITO
POSIÇÕES SITUACIONISTAS A RESPEITO DO TRANSITO
1
O erro de todos os urbanistas é considerar o automóvel individual (e seus subprodutos, como a motocicleta) essencialmente como um meio de transporte. A rigor, ele é a principal materialização de um conceito de felicidade que o capitalismo desenvolvido tende a divulgar para toda a sociedade. O automóvel como bem supremo de uma vida alienada e, inseparavelmente, como produto essencial do mercado capitalista está no centro da mesma propagando global: ouve-se com freqüência, este ano, que a prosperidade econômica norte-americana dependerá em breve do êxito do slogan: “Dois carros por família”.
2
O tempo gasto nos transportes, como bem observou Le Corbusier, é um sobre-trabalho que reduz a jornada de vida chamada livre.
3
Precisamos passar do transito como suplemento do trabalho ao transito como prazer.
4
Querer refazer a arquitetura em função da existência atual, maciça e parasitaria dos carros individuais é deslocar os problemas com grave irrealismo. É precisa refazer a arquitetura em função de todo o movimento da sociedade, criticando todos os valores efêmeros, ligados a formas de relações sociais condenadas (a família é a primeira delas).
5
Mesmo que seja possível admitir provisoriamente, nem período de transição, a divisão absoluta entre zonas de trabalho e zonas de habitação, será necessário ao menos prever uma terceira esfera: a da vida em si (a esfera da liberdade, dos lazeres – a verdade da vida). Sabe-se que o urbanismo unitário não tem fronteiras; pretende constituir uma unidade total no meio urbano no qual as separações do tipo trabalho-lazer e coletivo-vida privada serão dissolvidas. Mas, antes, a ação mínima do urbanismo unitário é o terreno de jogos estendido a todas as construções desejáveis. Esse terreno terá o grau de complexidade de uma cidade antiga.
6
Não se trata de combater o automóvel como um mal. Sua exagerada concentração nas cidades é que leva à negação de sua função. É claro que o urbanismo não deve ignorar o automóvel, mas menos ainda aceita-lo como tema central. Deve trabalhar para o seu enfraquecimento. Em todo o caso, pode-se prever sua proibição dentro de certos conjuntos novos assim como em algumas cidades antigas.
7
Quem julga que o automóvel é eterno não pensa, até do mero ponto de vista técnico, nas futuras formas de transporte. Por exemplo, certos modelos de helicópteros individuais que estão sendo agora testados pelo exercito dos Estados Unidos encontrar-se-ão ao alcance do publico talvez daqui a menos de vinte anos.
8
A ruptura da dialética do meio humano em favor dos automóveis (há projetos de abertura de auto-estradas em Paris que acarretarão a destruição de milhares de moradias, enquanto a crise habitacional se agrava cada vez mais) disfarça a própria irracionalidade sob explicações pseudopráticas. Mas sua verdadeira necessidade pratica corresponde a um determinado estado social. Os quem os dados do problema permanentes querem, de fato, crer na permanência da sociedade atual.
9
Os urbanistas revolucionários não se preocuparão apenas com a circulação das coisas, nem apenas com homens paralisados num mundo de coisas. Tentarão romper essas cadeias topológicas por meio da experimentação de terrenos, para que os homens transitem pela vida autentica.
Guy-Ernest Debord
IS nº 3, dezembro de 1959